PUMA GT DKW 1967: Um marco na indústria brasileira
O Puma GT DKW 1967 é um carro esportivo brasileiro que marcou sua época com seu design atraente e desempenho impressionante. Produzido em pequena série no ano de 1967, esse modelo se destacou por sua carroceria de fibra de vidro e motor dois tempos. Neste artigo, vamos explorar todos os detalhes desse clássico automobilístico nacional.
Origem e Evolução
O Puma GT DKW foi uma evolução do GT Malzoni, que foi produzido em 1965 e 1966. A reestilização do modelo coube a Anísio Campos, que adicionou os belos traços que faltavam no GT Malzoni. O resultado foi um carro extremamente atraente, tanto externa quanto internamente.
Especificações Técnicas
O motor do Puma GT DKW era um três cilindros de 981 cm³, com potência líquida de 50 cv. Apesar de parecer um motor pequeno, na época o desempenho do carro era considerado excelente. O Puma GT pesava 810 kg, resultando em uma relação peso-potência de 16,2 kg/cv. Com essas características, o carro acelerava de 0 a 100 km/h em 18,5 a 19 segundos e atingia uma velocidade máxima de pelo menos 140 km/h.
As dimensões do Puma GT eram muito semelhantes às do GT Malzoni. O comprimento era um pouco maior, 3.965 mm contra 3.850 mm, mas o entre-eixos, largura e altura permaneceram iguais, com 2.220 mm, 1.600 mm e 1.200 mm, respectivamente.
Produção e Mecânica
A produção do Puma GT DKW seguia um método semelhante ao utilizado no Karmann-Ghia. A fábrica fornecia o chassi rolante completo para um encarroçador, que realizava a montagem da carroceria. No caso do Puma, o chassi era encurtado em 230 mm e o transeixo era modificado para troca do conjunto pinhão e coroa por um mais longo. Além disso, o tambor de roda-livre era eliminado para se adequar ao perfil esportivo do carro.
O Puma GT também apresentava algumas modificações em relação ao DKW-Vemag. O alternador era substituído por um dínamo de 6 volts, e uma bomba d’água especial era adicionada na extremidade traseira do dínamo. Isso se devia à altura mais baixa do radiador, que era necessário devido ao design do capô. O sistema de escapamento também era adaptado para se ajustar ao entre-eixos mais curto do Puma GT.
Design e Interior
O design do Puma GT DKW era uma das suas principais características de destaque. A carroceria era feita de plástico reforçado com fibra de vidro, proporcionando um visual moderno e esportivo. Os bancos eram anatômicos e confortáveis, e o assoalho era totalmente plano e acarpetado, proporcionando uma sensação de amplitude interna.
O painel de madeira conferia um toque de classe ao interior do carro. O volante de 380 mm de diâmetro era o F-1, produzido pelos irmãos Wilson Fittipaldi Jr. e Emerson Fittipaldi.
Desempenho e Dirigibilidade
O Puma GT DKW era um carro extremamente agradável de dirigir. Seu comportamento em curvas era notável, graças ao centro de gravidade baixo e aos pneus diagonais Pirelli Stelvio ST17 Spalla de Sicurezza. O freio a tambor era o sistema padrão, mas muitos clientes optavam por instalar um conjunto de freio a disco Ate na dianteira, que melhorava significativamente a frenagem. A direção, apesar de não ser das mais rápidas, oferecia uma boa resposta. No entanto, as juntas universais das semi-árvores de tração dianteira apresentavam algumas limitações, o que resultava em endurecimento da direção em curvas mais acentuadas.
Curiosidades e Personalizações
O câmbio do Puma GT DKW tinha um padrão de marchas incomum, com as ímpares em baixo e as pares em cima. Essa configuração era oposta ao padrão convencional, mas os motoristas se acostumavam rapidamente. Além disso, o câmbio também apresentava uma particularidade interessante: a primeira marcha era sincronizada, mas as engrenagens eram de dentes retos, o que causava um som característico.
Uma curiosidade interessante é que um dos sócios da Puma, Maurício Ribeiro, decidiu substituir o motor dois tempos por um motor Corcel 1300 de pouco mais de 60 cv. Essa conversão foi realizada devido à falta de afinidade do sócio com o motor original. A mudança foi bem-sucedida e o Puma GT com motor Corcel foi usado por vários anos.
Legado e Conclusão
O Puma GT DKW teve um futuro promissor interrompido pela Volkswagen, dona da Vemag, que encerrou a produção do DKW em 1967. Com a falta de chassi rolante, motor e transeixo, a continuidade do Puma GT se tornou inviável. No entanto, a Puma encontrou uma nova solução ao lançar o Puma GT 1500, que utilizava a mecânica tradicional da Volkswagen.
O Puma GT DKW deixou um legado importante na indústria automobilística brasileira. Sua combinação de design atraente, desempenho impressionante e características únicas o tornam um carro esportivo muito valorizado pelos entusiastas até os dias de hoje.
Em suma, o Puma GT DKW foi um marco na história dos carros esportivos brasileiros, com sua estética marcante, mecânica inovadora e desempenho respeitável. Mesmo após tantos anos, o legado desse modelo continua vivo, proporcionando aos apaixonados por automóveis uma experiência única ao volante.
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Fotos: L’art
Fonte: Ae Classic